Cuidados especiais na limpeza e desinfecção em Unidades Neonatais

Cris Collina
27/03/2024
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Os serviços neonatais demandam uma atenção redobrada quando se trata da limpeza e desinfecção dos ambientes no âmbito hospitalar. 

Cuidados especiais na limpeza e desinfecção em Unidades Neonatais

Mitigando riscos e promovendo a saúde

Os serviços neonatais, aqueles dedicados ao cuidado de recém-nascidos, especialmente os prematuros ou aqueles que nascem com complicações médicas, demandam uma atenção redobrada quando se trata da limpeza e desinfecção dos ambientes no âmbito hospitalar. 

A evolução da Neonatologia nas últimas décadas tem permitido a sobrevida de bebês clinicamente críticos como os prematuros extremos. No entanto, outros problemas começaram a surgir, entre eles o aumento das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), que passaram a ser um dos fatores limitantes da sobrevida desses recém nascidos.

A fragilidade imunológica e o risco de complicações dos bebês prematuros, tornam crucial a implementação de protocolos rigorosos de limpeza e desinfecção para prevenir infecções relacionadas à assistência à saúde – IRAS e garantir um ambiente seguro para o desenvolvimento dos recém-nascidos.

A Organização Pan-Americana da Saúde considera todas as infecções ocorridas no período neonatal como IRAS, exceto as de transmissão transplacentária. As IRAS são classificadas como precoces quando se manifestam nas primeiras 48 horas de vida, e como tardias quando se manifestam depois de 48 horas de vida.

Neste artigo, Viviane Bella, enfermeira especialista em neonatologia da Oleak, aborda a importância dos cuidados especiais na limpeza e desinfecção em Unidades Neonatais, taxas de infecção, dentre outras questões, acompanhe!

Taxas de Infecção em UTIs Neonatais

As taxas de infecção em Unidades de Terapia Intensiva ou Semi-intensiva Neonatais (UTIs e Semi UTIs) são uma preocupação central, considerando a vulnerabilidade dos recém-nascidos. Segundo dados do Ministério da Saúde, infecções hospitalares representam uma das principais causas de morbidade e mortalidade em unidades neonatais. E, estratégias de limpeza e desinfecção eficazes desempenham um papel crucial na prevenção dessas infecções.

A prevenção de IRAS nas unidades neonatais está diretamente relacionada às questões judiciais, já que o fato de um bebê nascer prematuro e com baixo peso não é condição válida para diminuir o valor de indenização por infecção hospitalar que causa sequelas.

Fatores de Risco

Alguns fatores de risco são: primeiro, a imunidade frágil dos bebês prematuros ou com baixo peso que ao nascer têm sistemas imunológicos menos desenvolvidos, tornando-os mais suscetíveis a infecções. Outro ponto importante é que os procedimentos invasivos como intubação, uso de cateteres e outros procedimentos invasivos aumentam o risco de introdução de patógenos. E o terceiro aspecto é que, em geral, as Unidades Neonatais são ambientes fechados e a concentração de pacientes facilita a propagação de agentes infecciosos. 

O prematuro possui alto risco de desenvolver infecções devido às condições fisiológicas e necessidade de procedimentos durante a internação, desde cuidados de rotina com o uso de termômetros e sensores até os invasivos como punções e introdução de acessos intravasculares, tubos, sondas e drenos. Todos esses procedimentos e dispositivos predispõem à formação de lesões na pele, tornando-a mais propícia  à contaminação por microrganismos presentes no ambiente e na própria pele do prematuro. 

O contato indireto é o mecanismo mais comum e importante na colonização e/ou infecção do RN, através de objetos como termômetros, estetoscópios, aparelhos para avaliação de pressão arterial, transdutores e de pessoas. No ambiente hospitalar o principal mecanismo de transmissão de microrganismos são as mãos dos profissionais de saúde.

Principais fontes de infecção e os tipos comuns de infecções

São apontadas três fontes de infecção: a equipe de saúde – as mãos da equipe médica são frequentes veículos de transmissão. A adesão rigorosa à higiene das mãos é crucial. os equipamentos médicos: superfícies, dispositivos e equipamentos mal higienizados podem ser fontes de infecção e,  outros pacientes: a transmissão de paciente para paciente pode ocorrer, especialmente em unidades com ocupação máxima de leitos.

A Organização Mundial de Saúde – OMS preconiza que o momento da higienização deve ser de acordo com o fluxo de cuidado, prevenindo a transmissão cruzada de microrganismos. Os cinco momentos para a higiene das mãos são: antes de tocar o paciente; antes de realizar procedimento limpo/asséptico; após o risco de exposição a fluidos corporais; após tocar o paciente e após tocar superfícies próximas ao paciente.

fonte: OMS – Organização Mundial da Saúde (disponível em https://openwho.org/courses/IPC-HH-pt)

Os tipos mais comuns de infecções neonatais são: 

Sepse neonatal: infecção generalizada que pode se desenvolver rapidamente.

Pneumonia: infecção nos pulmões, muitas vezes associada à ventilação mecânica.

Infecções do trato urinário: podem resultar do uso de cateteres.

Prevenção e Controle

É fundamental que a instituição de saúde forneça estrutura necessária para a assistência neonatal, incluindo a padronização da rotina de limpeza e desinfecção do ambiente, materiais e equipamentos utilizados no cuidado com o RN. 

Além de protocolos, é crucial investir em medidas de prevenção e controle, além de treinamento contínuo para a equipe de saúde. A conscientização sobre a importância da limpeza e desinfecção adequada e a adoção de práticas corretas são fundamentais para manter um ambiente seguro para os neonatos.

Higiene das mãos: prática essencial para prevenir a propagação de infecções.

Isolamento: isolar pacientes infectados quando necessário.

Cuidados com Equipamentos: garantir a limpeza adequada de superfícies e dispositivos médicos.

Políticas de Antibióticos: uso prudente de antibióticos para evitar resistência bacteriana.

Equipe de Saúde: treinamento regular sobre práticas de controle de infecção.

Famílias: orientação sobre higiene e medidas preventivas.

Importância da Limpeza nos Serviços Neonatais

A higiene em serviços de UTIs Neonatais é crucial devido à imaturidade do sistema imunológico dos bebês, aumentando o risco de infecções. A contaminação do ambiente hospitalar pode resultar em sérias complicações para os recém-nascidos. Por isso, a limpeza em unidades de neonatologia que seguem protocolos meticulosos para minimizar o risco de infecções, é observada redução significativa nas taxas de infecção em UTIs neonatais.

O papel do ambiente como fonte indireta de infecção é demonstrado na literatura, podendo as superfícies especialmente no espaço ao redor leito contribuir para a transmissão de microrganismos epidemiologicamente importantes como enterococo resistente a vancomicina, S. aureus resistente a oxacilina, enterobactérias resistentes a carbapenêmicos e vírus. 

Portanto, recomenda-se que as superfícies, incluindo paredes, teto, piso e mobiliário; equipamentos e artigos médicos dos serviços de saúde sejam limpos regularmente para proporcionar um ambiente agradável a todos e evitar que objetos potencialmente contaminados possam servir como fonte IRAS.

As superfícies frequentemente tocadas, como incubadoras, monitores e equipamentos médicos, devem ser desinfetadas regularmente. A escolha de produtos de limpeza deve levar em consideração a segurança dos bebês, optando por soluções suaves e não irritantes.

Aqui estão algumas diretrizes gerais que devem ser seguidas. Salientamos, no entanto, que é importante consultar as diretrizes específicas de cada instituição de saúde e as normas locais de controle de infecção, pois estas podem variar:

Limpeza regular: manter uma rotina regular de limpeza para remover sujidades e reduzir a carga microbiana das superfícies. Isso deve incluir a limpeza de áreas visíveis e de áreas de difícil acesso.

Produtos de limpeza adequados: utilize produtos de limpeza apropriados para ambientes de saúde, que sejam eficazes contra uma ampla gama de microrganismos, incluindo bactérias, vírus e fungos. Certifique-se de seguir as instruções do fabricante para diluição e aplicação.

Desinfecção de superfícies: além da limpeza regular, realize a desinfecção frequente de superfícies de alto toque, como interruptores, corrimões, maçanetas e equipamentos médicos. Use desinfetantes recomendados para ambientes de saúde.

Controle de infecção nos equipamentos: garanta que todos os equipamentos médicos e dispositivos utilizados na UTI neonatal sejam devidamente limpos e desinfetados de acordo com as diretrizes do fabricante e as políticas institucionais.

Ventilação adequada: Mantenha uma boa ventilação no ambiente para reduzir a concentração de partículas e a propagação de agentes infecciosos pelo ar.

Monitoramento Contínuo e Feedback

Estabelecer sistemas de monitoramento contínuo é essencial para avaliar a eficácia dos protocolos de limpeza. A coleta de feedback dos profissionais de saúde e a análise de dados de infecção são ferramentas valiosas para aprimorar constantemente os padrões de limpeza.

Culturas e Testes: Realizar exames regulares para identificar precocemente infecções.

Vigilância Epidemiológica: Acompanhar a incidência de infecções e implementar medidas corretivas quando necessário. 

A Oleak e os seus produtos para limpeza e desinfecção de áreas críticas e para o cuidado com a higienização das mãos

Visando atender as demandas da área da saúde e inovando, a Oleak desenvolveu os produtos Optigerm Oxkill e Optigerm Pronto-Uso, desinfetantes hospitalares para superfícies fixas e artigos não críticos.

Ambos são compostos por blend biocida de quaternário de amônio (5ª geração), PHMB (biguanida polimérica) e tensoativos presentes em sua composição. Dessa forma, os produtos auxiliam os profissionais de saúde no combate a contaminações e infecções cruzadas no ambiente hospitalar.

O Optigerm Oxikill limpa, desinfeta e alveja em uma única operação, porque tem como princípio ativo a mistura sinergética de agentes biocidas de diferentes naturezas químicas, que agem por dois mecanismos distintos: oxidação e desnaturação da membrana proteica. Essa sinergia potencializa o poder biocida e facilita a remoção da sujeira, reduzindo a necessidade de ação mecânica abrasiva. O produto apresenta eficácia comprovada na presença de matéria orgânica e pode executar as funções de limpeza, alvejamento e desinfecção em uma única operação. 

Demonstra eficácia na eliminação do Clostridium difficile, contribuindo para a prevenção de infecções hospitalares. É eficaz na eliminação do superfungo Candida auris em apenas 10 minutos, auxiliando na prevenção de contaminações e infecções cruzadas. Possui alto poder de limpeza e desinfecção com ação na presença de matéria orgânica e efeito residual de 7 dias.   

                     

Já o Optigerm Pronto-Uso age em apenas 1 minuto e tem ação comprovada contra fungos, bactérias multirresistentes, micobactérias, esporos e vírus. Possui efeito residual comprovado por 30 dias, oferecendo maior segurança ao processo de limpeza e desinfecção. Sua compatibilidade foi testada em diversas superfícies comumente encontradas nos ambientes hospitalares, incluindo equipamentos e telas, nenhuma das superfícies apresentou sinal de corrosão ou qualquer outro tipo de ataque químico. Sua fórmula apresenta estabilidade térmica, baixa volatilidade e não irrita a pele, olhos e mucosas.                           

“A limpeza em serviços de neonatologia exige atenção especial, considerando a fragilidade dos recém-nascidos e o risco elevado de infecções. Estudos destacam a importância de protocolos eficazes e a escolha adequada de agentes de limpeza”, comenta a enfermeira  Viviane Bella.                                                              

O cumprimento das normas estabelecidas pela ANVISA é essencial para garantir a segurança dos pacientes e o bom funcionamento das unidades neonatais. Investir em treinamento contínuo da equipe de limpeza e na pesquisa constante sobre novas práticas e produtos são passos cruciais para aprimorar a qualidade dos cuidados prestados nesses ambientes tão sensíveis.

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