A importância da higiene das mãos na prevenção de contaminações é inegável, especialmente, quando se trata de ambientes institucionais e públicos. É consenso mundial que ela é a forma mais simples e eficaz de se evitar a proliferação de germes e reduzir a probabilidade de contração de doenças infectocontagiosas.
Para se ter uma ideia da importância da prática, segundo a publicação State of the World ‘s Hand Hygiene (Unicef / WHO – 2021), cerca de meio milhão de pessoas morrem, todo ano, de diarréia ou doenças respiratórias agudas que poderiam ser evitadas por meio de boas práticas de higiene das mãos.
Porém, para ser eficaz na prevenção de doenças, a higienização das mãos precisa ser realizada de forma correta, com produtos e procedimentos adequados. Caso contrário, ao invés de combater a proliferação de microrganismos prejudiciais à saúde, ela pode colaborar para a piora dos índices de contaminação.
A higiene de mãos e os dispensadores recarregáveis
Para começar, vale destacar que, há algum tempo, os sabonetes em barra foram banidos dos ambientes públicos, pois poderiam ser focos de contaminação e não promoveriam a higiene apropriada das mãos. Diante disso, os sabonetes em barra foram substituídos por sabonetes líquidos, que seriam, supostamente, mais seguros.
No entanto, uma questão que vem chamando a atenção das autoridades sanitárias é a contaminação de dispensers recarregáveis, responsáveis por armazenar os sabonetes líquidos. Estes recipientes, quando mal cuidados e mal preservados, aumentam o risco de infecções, expondo as pessoas aos patógenos.
Contaminações em sabonetes e dispensers são especialmente perigosas por darem aos usuários a falsa sensação de segurança para tocar olhos, nariz e boca – principais rotas de entrada de germes no organismo – logo após o uso.
Contaminação de dispensers recarregáveis ao redor do mundo
Ao longo dos anos, diversos estudos realizados em diferentes países mostraram contaminações relevantes em dispensers de sabonete líquido recarregáveis. Entre os germes encontrados durante as pesquisas, estão:
- Coliformes;
- Pseudomonas;
- Salmonella;
- Serratia;
- Klebsiella (Chattman, Maxwell e Gerba, 2011).
Um dos estudos, realizado no Japão, mostrou que 71% dos dispositivos analisados estavam contaminados (Amemiya e Taguchi, 1992).
Pode parecer assustador, mas, segundo os especialistas, muitas vezes, as pessoas podem sair dos banheiros com as mãos 25 vezes mais contaminadas quando fazem uso de sabonetes de recipientes recarregáveis (Zapka, Campbell, Maxwell, Gerba, Dolan, Arbogast e Macinga, 2011).
Mas, como esses dispensers podem ficar expostos às contaminações? Neste sentido, a presença de microrganismos prejudiciais à saúde pode ocorrer de variadas formas, tais como:
- Durante o reabastecimento dos dispositivos, por meio das mãos contaminadas dos repositores – que provavelmente limparam os sanitários minutos antes.
- Na diluição do sabonete, já que alguns fornecedores recomendam a diluição dos sabonetes como forma de reduzir custos. No entanto, o manuseio para diluição pode gerar contaminação.
- Contaminação intencional, uma vez que os recipientes recarregáveis são fáceis de abrir, ou seja, alvos fáceis para vândalos, que podem adicionar algo malicioso intencionalmente no recipiente.
Independentemente da forma, uma vez que os dispensers são contaminados, o “biofilme” bacteriano domina o interior deles e, mesmo as limpezas mais profundas, com desinfetantes clorados, não são capazes de promover a descontaminação.
Contaminação de dispensers recarregáveis no Brasil
Em 2013, a Oleak patrocinou um estudo para saber se a falta de boas práticas na reposição de sabonete em sistemas abertos também ocorre no Brasil, bem como a proporção disso.
Foram avaliadas 154 amostras de sabonete líquido foram coletadas em ambientes públicos, nas cidades de São Paulo, Cotia, Guarulhos e São José dos Campos, todas no Estado de São Paulo.
As amostras foram colhidas em estabelecimentos de 4 diferentes áreas de atividade: escolas particulares, restaurantes tipo self service, supermercados e shopping centers.
Os resultados são preocupantes: das 154 amostras analisadas, 88% (135 amostras) apresentaram contagem superior a 500 UFC/ml (unidades formadoras de colônia por ml), demonstrando contaminação acima do limite máximo permitido pela ANVISA.
Presença de bactérias em amostras de sabonete líquido coletado de dispensadores recarregáveis
| Total de amostras | Amostras contaminadas (>500 UFC/ml) | % de amostras contaminadas | Amostras contaminadas com coliformes | % de amostras contaminadas com coliformes | |
| Escola | 65 | 50 | 77% | 34 | 52% |
| Restaurante | 36 | 34 | 94% | 27 | 75% |
| Shopping | 28 | 27 | 96% | 22 | 79% |
| Supermercado | 25 | 24 | 96% | 18 | 72% |
| 154 | 135 | 101 |
As escolas apresentaram o menor índice de contaminação, com 77% das amostras contaminadas com microrganismos totais e 52% com coliformes. Os piores resultados foram encontrados em banheiros de shopping centers, onde 96% das saboneteiras estavam contaminadas com microrganismos totais e 79% com coliformes.
Como reduzir a contaminação de dispensers e levar mais segurança para ambientes institucionais?
Por fim, diante da vulnerabilidade e dos riscos que dispositivos recarregáveis apresentam, como reduzir as chances de contaminação de dispensers e garantir mais segurança para as pessoas em espaços públicos e ambientes institucionais?
Uma alternativa que se apresenta viável e que desponta como um caminho promissor é o uso de sabonetes armazenados em embalagens seladas hermeticamente. Com esse método de fechamento, o produto líquido só terá contato com o ambiente externo no momento do uso, mantendo sua condição sanitária preservada pelo prazo de validade estabelecido pelo fabricante.
Além disso, a facilidade de armazenamento e a velocidade de reposição podem proporcionar grande economia de tempo. Sistemas recarregáveis são difíceis e trabalhosos, geralmente, ocasionando vazamentos e derramamentos que precisam ser limpos. Com as embalagens seladas, os procedimentos ficam mais práticos e seguros.
Conheça a seguir algumas das soluções para tratamento de mãos, de sistemas selados, desenvolvidas por nós:
Bem, agora que você sabe dos riscos e conhece a solução, esperamos que este artigo tenha sido útil para você que deseja levar mais saúde e bem-estar aos seus clientes e funcionários.
Caso tenha interesse em saber mais sobre como podemos te ajudar a ter um ambiente mais seguro e livre de contaminações, entre em contato conosco! Até o próximo 😉
Referências bibliográficas
Amemiya, K., & Taguchi, F. (1992). Survey of bacterial contamination of hand washing liquids. Journal of Antibacterial and Antifungal Agent.
Chattman, M., Maxwell, S. L., & Gerba, C. P. (2011). Occurrence of heterotrophic and coliform bacteria in liquid hand soaps from bulk refillable dispensers in public facilities. Journal of environmental health.
C. Zapka, E. Campbell, S. Maxwell, P. Gerba, M. Dolan, J. Arbogast, D. Macinga (2011). Bacterial hand contamination and transfer after use of contaminated bulk-soap-refillable dispensers.
L. Lorenz, B. Ramsay, D. Goeres, M. Fields, C. Zapka, D. Macinga (2012). Evaluation and remediation of bulk soap dispensers for biofilm.
Kabara JJ, Brady MB. (1984). Contamination of bar soaps under “in-use” conditions. J Environ Pathol Toxicol Oncol.
Hegde PP, Andrade AT, Bhat K. (2006). Microbial contamination of “in use” bar soap in dental clinics. Indian J Dent Res.
Jacques L, Mathieu D, Baumann F, Roussel A. (1983). Bacteriological study of hands and the use of soap in the hospital environment. Biomed Pharmacother.
