Considerado um importante problema de saúde pública, o suicídio é uma realidade triste e que gera impactos na sociedade como um todo. No Brasil, os casos são bastante alarmantes, pois o país possui uma das maiores taxas em números absolutos em todo o mundo, de acordo com o Ministério da Saúde.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Sem contar os episódios subnotificados, a estimativa pode chegar a mais de um milhão de casos. No Brasil, os casos se aproximam de 14 mil por ano, ou seja, uma média de 38 pessoas que cometem suicídio por dia.
Por isso, são tão fundamentais as campanhas de conscientização e os debates sobre o tema, como é o caso do Setembro Amarelo que traz, este ano, o seguinte mote: a vida é a melhor escolha! Então, para destacar a importância de falar sobre o suicídio e das formas de atenção e prevenção, preparamos este artigo. Acompanhe a leitura!
Suicídio e a pandemia de Covid-19
Para começar, vamos olhar para o suicídio dentro do contexto da pandemia de Covid-19 atravessada pelo mundo todo.
Um estudo inédito, realizado pela Fiocruz, avaliou o comportamento do suicídio no Brasil em 2020 e mostrou parte dos efeitos indiretos associados à primeira onda da pandemia de Covid-19 sobre as mortes por suicídio.
No período do estudo, a pandemia de Covid-19 já havia resultado em mais de 6 milhões de mortes diretas em todo o mundo e outras centenas de milhares de mortes indiretas, como o suicídio.
Sinais e possíveis causas
Além dos números de mortes citados acima, é importante conhecermos, com um pouco mais de detalhes, o comportamento suicida, que pode ser expresso em ideação e tentativas de suicídio.
Trata-se de uma questão bastante complexa e desafiadora, pois os aspectos que abrangem esse comportamento podem englobar problemas de variadas origens, como genéticas, ambientais, psicológicas e sociais.
Neste sentido, fatores que impactam diretamente na problemática do suicídio são os serviços de saúde, escolas, famílias e comunidades, nas quais os indivíduos convivem, exigindo políticas públicas eficazes para a prevenção de casos no país.
Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente, aquelas não diagnosticadas ou tratadas de forma incorreta.
Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.
E, para além dos cuidados e tratamentos direcionados aos pacientes, é preciso olhar para as famílias e pessoas próximas também, pois estima-se que, a cada suicídio consumado, pelo menos seis pessoas são atingidas de maneira negativa pelo ato fatal.
Campanha Setembro Amarelo: a vida é a melhor escolha!
No ano de 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, lançou a campanha do Setembro Amarelo. O dia 10 do mês é considerado, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Este ano, o lema da campanha é “A vida é a melhor escolha!”
Então, especialmente durante o mês de setembro, diversos canais de comunicação divulgam a importância da campanha Setembro Amarelo em prol da valorização da vida.
Neste sentido, vale destacar que todos nós temos um papel importante e precisamos atuar na conscientização sobre o tema, na prevenção do suicídio e no cuidado com a vida.
Mesmo tratando-se de um tema que ainda é visto como tabu, é importante falar sobre o assunto para que as pessoas, que estejam passando por momentos difíceis e de crise, possam buscar ajuda e compreender que a vida sempre vai ser a melhor escolha.
Como ajudar uma pessoa em sofrimento?
Quando a pessoa está em sofrimento, ela quer que ele acabe logo. E, diante dessa angústia muito profunda, ela pode decidir acabar com a própria vida. Seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritos e a pessoa passa a pensar sobre o suicídio como um meio para que aquele sentimento de sofrimento tenha um fim. Uma pessoa nessa situação, muitas vezes, não consegue perceber ou enxergar formas de sair do círculo vicioso de problemas ou de situações angustiantes.
Dessa forma, ter uma escuta ativa, sem julgamentos, mostrar-se disponível para ajudar, demonstrar empatia e, principalmente, conduzir a pessoa até um atendimento médico especializado, como um psiquiatra, são ações capazes de ajudar quem está em sofrimento profundo. Nestes casos, o médico psiquiatra é essencial pois ele saberá como manejar a situação e salvar o paciente.
Em alguns casos, os médicos especialistas vão tratar com medicação ou psicoterapia, que busca trabalhar a partir do diálogo e da conversa as questões emocionais, fazendo o uso de várias abordagens, conexões com o subconsciente e outras ferramentas. Há vários tipos de psicoterapia que visam ajudar o paciente a ressignificar sua vontade de viver.
Por fim, quem precisar de ajuda ou souber de alguém que esteja dentro desse quadro, pode ligar para 188. O contato oferece apoio emocional e prevenção ao suicídio.
Deixamos aqui o convite para participar junto com a gente, divulgando a campanha entre os seus amigos e ajudando a salvar vidas!
Fontes:
