Infecções Hospitalares: quando a limpeza salva vidas
O 15 de maio, Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares por IRAS foi instituído pela Lei Federal no 11.723/2008. A data tem o objetivo de conscientizar sobre a importância do controle das infecções para toda a sociedade. Em um cenário de crescente resistência antimicrobiana, a data se torna um marco fundamental para a reflexão… Continuar lendo Infecções Hospitalares: quando a limpeza salva vidas
Cris Collina
15/05/2025
O 15 de maio, Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares por IRAS foi instituído pela Lei Federal no 11.723/2008. A data tem o objetivo de conscientizar sobre a importância do controle das infecções para toda a sociedade.
Em um cenário de crescente resistência antimicrobiana, a data se torna um marco fundamental para a reflexão sobre práticas, políticas e, sobretudo, responsabilidade coletiva diante de um dos maiores desafios da medicina contemporânea: o combate às infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) e os microrganismos multirresistentes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a resistência antimicrobiana figura entre as dez maiores ameaças globais à saúde pública. Estima-se que, anualmente, 700 mil pessoas morram em decorrência de infecções causadas por microrganismos resistentes, e projeções apontam que, se nada for feito, esse número pode chegar a 10 milhões até 2050 — ultrapassando as mortes por câncer.
No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 5% a 14% dos pacientes hospitalizados são acometidos por alguma infecção hospitalar.
O Relatório global de resistência antimicrobiana e sistema de vigilância de uso Antimicrobiano da OMS de 2022, revela que altos níveis de resistência (acima de 50%) foram descritos e relatados em bactérias que são causa frequente de sepse em hospitais, como Klebsiella pneumoniae ou Acinetobacter spp. Antibióticos de último recurso, como carbapenêmicos, são necessários para tratar essas infecções graves. De acordo com dados relatados, no entanto, 8% das sepses causadas por Klebsiella pneumoniae eram resistentes aos carbapenêmicos, aumentando a possibilidade de morte por uma infecção intratável.
As infecções bacterianas comuns estão se tornando cada vez mais resistentes aos tratamentos. Mais de 60% das cepas isoladas de Neisseria gonorréia, causadora de uma frequente doença sexualmente transmissível, mostraram resistência a um dos antibacterianos orais mais utilizados, a ciprofloxacina. Mais de 20% das cepas isoladas de E.coli – o patógeno mais comum nas infecções do trato urinário – eram resistentes tanto aos medicamentos de primeira linha (ampicilina e co-trimoxazol) quanto aos tratamentos de segunda linha (fluoroquinolonas).
O problema das superbactérias: onde estamos falhando?
As chamadas superbactérias — bactérias resistentes a múltiplos antibióticos — não surgem do nada. Elas são, em grande parte, produto do uso indiscriminado de antimicrobianos na saúde humana, veterinária e na agricultura, além da falta de medidas eficazes de prevenção e controle de infecções nos ambientes hospitalares.
Hospitais, por sua própria natureza, são espaços de risco elevado: a combinação de pacientes imunossuprimidos, uso intensivo de antibióticos e procedimentos invasivos cria o ambiente perfeito para a proliferação de microrganismos resistentes.
No Brasil, a Anvisa mantém o Plano Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos, em consonância com o Plano Global da OMS. A agência tem incentivado ações de vigilância ativa, controle do uso de antibióticos e investimento em higienização e esterilização hospitalar — áreas em que empresas como a Oleak, especializada em soluções de higiene e limpeza profissionais, desempenham papel crucial.
Conforme divulgamos recentemente neste canal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a 9ª edição do Relatório da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente em Hospitais com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com dados referentes ao ano de 2024.
Higiene e controle ambiental: armas silenciosas contra um inimigo invisível
“Não há controle de infecção eficaz sem um programa sólido de higienização ambiental. Cada superfície negligenciada é uma oportunidade para a perpetuação do ciclo de contaminação”, afirma Marielly Herrera, enfermeira especialista em Prevenção de IRAS e consultora técnica da Oleak.
A Oleak tem desenvolvido tecnologias com ação comprovada contra biofilmes e microrganismos multirresistentes, além de capacitar profissionais de saúde com treinamentos baseados em gamificação e educação continuada — estratégias que aumentam a adesão e o engajamento das equipes.
A linha de produtos Optigerm possui laudos de eficácia contra diversos microrganismos, incluindo os multirresistentes. A combinação sinérgica de quaternário de amônio e de biguanida polimérica consegue promover excelentes resultados. Dentro da Optiline, o Optigerm Pronto Uso e o Optigerm Oxikill possuem laudo de eficácia contra o Candida Auris. Conheça mais sobre estas soluções:
Optigerm Pronto Uso é um desinfetante hospitalar que limpa e desinfeta em apenas um minuto. Ideal para superfícies fixas e artigos não-críticos em hospitais, laboratórios e consultórios, tem ação comprovada contra bactérias multirresistentes, fungos, vírus, esporos e até o Candida auris, inclusive dissolvendo biofilmes. Seu efeito residual dura até 30 dias. Está disponível em versões de 490mL a 5L e também em pano umedecido (Wipe).
Optigerm Oxikill combina peróxido de hidrogênio, quaternário de amônio e biguanida polimérica, limpando, desinfetando e alvejando em uma única etapa. Com diluição de 1:100, elimina o Candida auris em 10 minutos. Disponível em embalagem de 5 litros e versão SAD com 2 litros.
Cultura institucional e vigilância: a fronteira mais desafiadora
Apesar dos avanços tecnológicos, o verdadeiro diferencial no controle das infecções hospitalares está na mudança de cultura institucional.
É preciso que o tema deixe de ser exclusivo da CCIH e se torne transversal, envolvendo desde os gestores até a equipe de limpeza. Controle de infecção não é custo: é investimento em qualidade, segurança e sustentabilidade do sistema de saúde.
O que esperar do futuro?
A OMS aponta que investimento em inovação é urgente: menos de 10 antibióticos em desenvolvimento atualmente são considerados promissores contra bactérias resistentes. Por isso, o foco precisa estar também na prevenção, na educação contínua e na gestão inteligente de riscos.
No Brasil, iniciativas como a do Projeto Resistência, da Fiocruz, têm reunido pesquisadores para monitorar padrões de resistência e propor políticas públicas baseadas em evidências. Mas o desafio é imenso — e coletivo.
Neste 15 de maio, o apelo é claro: que o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares não se limite a uma campanha, mas impulsione um movimento constante, consciente e colaborativo.