Facilities Management

Apagão de Mão de Obra: um entrave ao crescimento econômico

Confira no artigo como o apagão da mão de obra no Brasil tem se consolidado como um dos principais obstáculos ao desenvolvimento econômico do país

Celso Toshio Saito
20/06/2025
5 minutos de leitura
Mao-de-obra

O apagão da mão de obra no Brasil tem se consolidado como um dos principais obstáculos ao desenvolvimento econômico do país. Setores essenciais como construção civil, indústria, comércio e serviços enfrentam uma escassez crítica de profissionais qualificados, o que gera atrasos em entregas, adiamento de investimentos e até perda de clientes.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), mais de 82% das construtoras relatam dificuldade para contratar trabalhadores, e 21% já enfrentam atrasos nas obras por conta disso. Esse cenário compromete diretamente a produtividade e a competitividade das empresas, além de pressionar a inflação: 18% das companhias do setor de construção já estão repassando o aumento dos custos aos preços finais.

Um fator que tem agravado esse apagão é o impacto de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família (atualmente Auxílio Brasil). Estudos recentes do FGV-Ibre apontam que o aumento no valor do benefício — atualmente em torno de R$ 700 por família — tem desestimulado a busca por emprego, especialmente entre jovens, mulheres e trabalhadores de baixa qualificação, notadamente nas regiões Norte e Nordeste. Embora essenciais para o combate à pobreza, esses programas acabam gerando um efeito colateral: parte dos beneficiários opta por permanecer no auxílio em vez de ingressar no mercado de trabalho formal, reduzindo a oferta de mão de obra e impactando negativamente a arrecadação e o dinamismo da economia.

Esse fenômeno cria um ciclo vicioso: menos pessoas trabalhando resulta em menor produção e consumo, o que reduz a arrecadação tributária e limita a capacidade de investimento do governo em infraestrutura e políticas públicas. A escassez de mão de obra qualificada também eleva os custos salariais e dificulta a adoção de processos produtivos mais eficientes, retardando ainda mais o desenvolvimento do país.

O que pode ser feito para mitigar o problema do apagão de mão de obra no Brasil?

Para mitigar o apagão de mão de obra no Brasil, diversas estratégias têm sido adotadas por empresas e recomendadas por especialistas, com foco na formação de talentos, automação e gestão eficiente.

Uma das abordagens mais eficazes é o investimento em capacitação e desenvolvimento interno. Grandes empresas brasileiras, como Vale e Petrobras, têm criado suas próprias universidades corporativas, justamente para enfrentar o desafio da escassez de profissionais qualificados. Essas instituições oferecem treinamentos técnicos e comportamentais alinhados às necessidades específicas de cada setor. Além disso, há um crescimento expressivo na oferta de cursos técnicos e digitais, como os de Building Information Modeling (BIM) e automação industrial, que visam qualificar trabalhadores para as exigências da nova economia. Essa aposta em formação não apenas supre lacunas imediatas, mas fortalece a base de talentos a médio e longo prazo.

Outro ponto fundamental é a atração e retenção de talentos, especialmente em setores onde a escassez é mais aguda, como a construção civil. De acordo com estudos recentes, mais de 30% das empresas do setor já elevaram os salários como forma de atrair profissionais. Além disso, algumas adotaram modelos de pagamento por produtividade, criando incentivos que aumentam o rendimento sem comprometer a qualidade. Para além da remuneração, a melhoria das condições de trabalho e o investimento em bem-estar e clima organizacional têm sido diferenciais importantes na retenção de mão de obra qualificada.

Em paralelo, a automação e a digitalização dos processos vêm se consolidando como resposta estratégica à redução da força de trabalho disponível. Setores como o da construção, logística e indústria têm investido na automação de tarefas repetitivas e em softwares de gestão de projetos. Isso permite otimizar fluxos de trabalho, reduzir erros operacionais e aumentar a produtividade com menos pessoas envolvidas. Ferramentas como ERPs e aplicativos de controle de produção estão sendo utilizados para integrar planejamento, execução e acompanhamento de tarefas em tempo real. A digitalização não apenas reduz a dependência de mão de obra intensiva, mas também melhora a eficiência e a escalabilidade das operações.

Por fim, uma ação que integra todas as anteriores é o planejamento proativo da força de trabalho, aliado à gestão eficiente de recursos. Empresas que conseguem antecipar suas necessidades com base em cronogramas, escopos e sazonalidades estão mais preparadas para lidar com a escassez. Além disso, contar com uma estrutura financeira robusta, que inclua reservas para contingências salariais e operacionais, torna possível absorver aumentos de custo e evitar paralisações em momentos críticos.

Como a Oleak pode ajudar os profissionais de FM a enfrentar a falta de mão de obra qualificada e o alto turnover?

Diante do cenário de escassez de profissionais qualificados e alta rotatividade, torna-se essencial contar com parceiros estratégicos que compreendam os desafios do dia a dia operacional. A Oleak se posiciona como uma aliada valiosa para empresas de Facility Management ao oferecer soluções que simplificam rotinas, aumentam a eficiência e reduzem a dependência de mão de obra especializada.

Um dos grandes diferenciais da Oleak está na automação inteligente de processos, por meio de tecnologias como a Olik, sua máquina de diluição. A Olik permite que os produtos de limpeza sejam diluídos com precisão, de forma rápida, segura e padronizada, eliminando erros de preparo e evitando desperdícios de insumos. Isso reduz significativamente a necessidade de treinamento técnico e garante que qualquer colaborador consiga realizar a diluição correta, mesmo com baixa qualificação ou pouco tempo de casa — um fator crítico em ambientes com alto turnover.

Além disso, a Oleak oferece embalagens inteligentes, com dosadores embutidos e rótulos com informações claras e objetivas, que agilizam o uso no dia a dia e evitam confusões ou uso inadequado dos produtos. Essas soluções otimizam processos, aumentam a produtividade da equipe e contribuem para a entrega de um serviço padronizado, mesmo diante da limitação de mão de obra.

Ao investir em inovação e automação, a Oleak ajuda empresas a manterem sua competitividade, garantindo eficiência operacional com menos recursos humanos e maior controle sobre o consumo de produtos — um suporte essencial para os profissionais de FM em um mercado cada vez mais desafiador.

Conclusão

O apagão da mão de obra é um desafio real e crescente para o Brasil, intensificado por fatores sociais e estruturais. A solução para o apagão de mão de obra no Brasil passa por um conjunto de medidas estruturadas e integradas: formar e capacitar pessoas continuamente, tornar a empresa atrativa para novos talentos, digitalizar e automatizar processos e, sobretudo, planejar com visão estratégica. 

Além disso, é fundamental que as empresas busquem parcerias com fornecedores que ofereçam soluções inovadoras e práticas, capazes de maximizar o aproveitamento dos recursos humanos disponíveis e garantir eficiência, produtividade e sustentabilidade nas operações diárias.

Essas ações não apenas ajudam a manter a operação em funcionamento, como também garantem ganhos de produtividade, sustentabilidade e competitividade em um cenário desafiador.

Referências

CLICK PETRÓLEO E GÁS. Crise de talentos na construção civil brasileira: desafios e soluções para a escassez de mão de obra especializada. Click Petróleo e Gás, [s.d.]. Disponível em: https://en.clickpetroleoegas.com.br/crise-de-talentos-na-construcao-civil-brasileira-desafios-e-solucoes-para-a-escassez-de-mao-de-obra-especializada/. Acesso em: 18 jun. 2025.

MASTT. Labor shortages: risks and solutions in construction projects. Mastt, [s.d.]. Disponível em: https://www.mastt.com/risks/labor-shortages. Acesso em: 18 jun. 2025.

CLICK PETRÓLEO E GÁS. Para acabar com a escassez de mão de obra na construção civil, empresas aumentam salários e adotam novas tecnologias para atrair os mais jovens. Click Petróleo e Gás, [s.d.]. Disponível em: https://en.clickpetroleoegas.com.br/para-acabar-com-a-escassez-de-mao-de-obra-na-construcao-civil-empresas-aumentam-salarios-e-adotam-novas-tecnologias-para-atrair-os-mais-jovens/. Acesso em: 18 jun. 2025.

BARBOSA FILHO, F. H. D. Expansão do Bolsa Família desencoraja participação no mercado de trabalho de vulneráveis? Blog do IBRE/FGV, 6 out. 2023. Disponível em: https://blogdoibre.fgv.br/posts/expansao-do-bolsa-familia-desencoraja-participacao-no-mercado-de-trabalho-de-vulneraveis. Acesso em: 18 jun. 2025.

WHARTON SCHOOL. Will a shortage of qualified labor derail the Brazilian economy? Wharton – University of Pennsylvania, 21 dez. 2023. Disponível em: https://knowledge.wharton.upenn.edu/article/will-a-shortage-of-qualified-labor-derail-the-brazilian-economy/. Acesso em: 18 jun. 2025.

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    Por Celso Toshio Saito

    Influenciador de peso no mercado de facility management, com uma carreira consolidada de mais de 13 anos na área. Ele é docente na faculdade Albert Einstein, na instituição FS Educa, na Fundação UniAbralimp e é presença frequente em eventos relevantes do setor, como a Higiexpo. Em 2017, ganhou o prêmio ABRAFAC por seu trabalho “Smart Workplace for Generations´s Diversity”.

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