Anvisa divulga Relatório Nacional sobre Práticas de Segurança do Paciente em UTIs

Cris Collina

15/04/2025

Brasil avança, mas ainda enfrenta desafios

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a 9ª edição do Relatório da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente em Hospitais com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com dados referentes ao ano de 2024.

Marielly Herrera, a enfermeira especializada em controle de infecções hospitalares da Oleak, reforça que o documento é parte de uma iniciativa estratégica da Anvisa para fortalecer a cultura da segurança nos serviços de saúde brasileiros.

O levantamento abrange 3.023 estabelecimentos, dos quais 2.374 possuem leitos de UTI adulto, pediátrica e/ou neonatal. A análise considera o grau de conformidade dos hospitais com ações fundamentais para prevenir riscos, danos e eventos adversos evitáveis, como infecções, erros de medicação e quedas.

Por que esse relatório é importante para os hospitais?

• Evita danos e mortes evitáveis: Eventos adversos estão entre as principais causas de morte em hospitais. A adesão a boas práticas pode salvar vidas.
• Fortalece a qualidade assistencial: Práticas de segurança são indicadores de qualidade. Estar alinhado às diretrizes da Anvisa é também uma vantagem competitiva.
• Garante conformidade regulatória: A vigilância sobre a segurança do paciente é uma exigência legal. O descumprimento pode gerar sanções.
• Permite gestão com base em dados: O relatório e os painéis analíticos permitem comparações, diagnósticos e tomada de decisão mais precisa.
• Melhora a reputação da instituição: Hospitais que investem em segurança do paciente demonstram compromisso com a ética, a responsabilidade e a excelência.

Principais destaques do relatório 2024

✅ Fortalecimento dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP)

• 94,2% dos hospitais com UTI informaram manter NSP ativos.
• Contudo, apenas 78,1% realizam reuniões periódicas documentadas, o que pode comprometer a eficácia da atuação do núcleo.

🧼 Higiene das mãos: ponto crítico

• Embora 92,8% relatem ações de estímulo à higiene das mãos, ainda há falhas quanto ao monitoramento da adesão por observação direta, que é uma das formas mais eficazes de mensuração.

💊 Segurança na prescrição e administração de medicamentos

• 85,6% dos hospitais adotam protocolos para medicações de alta vigilância.
• No entanto, a presença de farmacêuticos clínicos atuando junto à equipe assistencial ainda é limitada em muitas instituições.

🛏️ Prevenção de quedas e lesões por pressão

• 93,3% informaram implementar protocolos de prevenção de quedas.
• A prevenção de lesões por pressão foi abordada por 96,4% dos hospitais – uma das práticas com maior adesão no relatório.

🧪 Eventos adversos e notificação

• Um dos maiores gargalos segue sendo a notificação de eventos adversos.
• Apesar de quase 90% afirmarem notificar eventos, muitos ainda não utilizam esses dados para retroalimentar melhorias nos processos.

🌍 Desigualdades regionais

• Hospitais das regiões Sul e Sudeste apresentam maiores índices de conformidade com as práticas recomendadas, enquanto Norte e Nordeste têm índices mais baixos, indicando a necessidade de políticas públicas específicas para reduzir essa lacuna.

Ferramenta de apoio: Painel Analítico Interativo (2016–2024)

A Anvisa também atualizou os Painéis Analíticos da Avaliação Nacional das Práticas de Segurança do Paciente. Os dados estão disponíveis em plataforma Power BI, de forma gratuita e interativa. A ferramenta permite:

• Comparar o desempenho por região, tipo de hospital ou porte;
• Ver a evolução das práticas ao longo dos anos;
• Identificar áreas prioritárias para melhoria;
• Planejar ações baseadas em evidências.

A contribuição da Oleak no combate às IRAS

Comprometida com a segurança do paciente e a qualidade da assistência, a Oleak tem sido uma parceira estratégica de instituições de saúde em todo o Brasil no combate às Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS).

Por meio do fornecimento de soluções eficazes em higienização hospitalar, como produtos para limpeza e desinfecção de superfícies, tecnologias para higienização das mãos e treinamentos contínuos baseados em gamificação e boas práticas, a empresa contribui diretamente para a implementação de rotinas mais seguras.

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A atuação da Oleak está alinhada com os objetivos do PNPCIRAS – Programa Nacional de Prevenção e Controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde, fortalecendo a cultura da segurança e promovendo ambientes hospitalares mais protegidos para pacientes, profissionais e visitantes.

Esse programa, instituído pela Anvisa por meio da Portaria nº 143, de 3 de março de 2021, é parte fundamental da estratégia nacional de segurança do paciente. Ele estabelece diretrizes e metas para que os serviços de saúde brasileiros adotem medidas eficazes de prevenção, monitoramento e controle das IRAS, que são infecções adquiridas durante a prestação de cuidados de saúde (como em internações, cirurgias, uso de dispositivos invasivos, etc.).

Principais objetivos do PNPCIRAS:

• Reduzir a incidência de IRAS nos serviços de saúde.
• Fortalecer a atuação das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e Núcleos de Segurança do Paciente (NSP).
• Melhorar a qualidade da assistência à saúde por meio da implementação de boas práticas.
• Promover a vigilância sanitária ativa, com monitoramento de indicadores de segurança.
• Apoiar a formação e capacitação de profissionais da saúde.

O PNPCIRAS integra o Plano Integrado para a Gestão Sanitária da Segurança do Paciente em Serviços de Saúde (2021–2025) e dialoga com outros instrumentos regulatórios da Anvisa voltados à qualificação da assistência hospitalar no Brasil.

Marielly reforça que a segurança do paciente é um pilar inegociável da assistência à saúde. O relatório da Anvisa reforça o papel central que os hospitais – especialmente os que contam com UTIs – têm na prevenção de danos evitáveis. A adoção rigorosa das práticas recomendadas impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes e a sustentabilidade do sistema de saúde como um todo.

Manter o foco em boas práticas, investir em capacitação contínua, promover a cultura de segurança e usar os dados como aliados são caminhos essenciais para instituições que almejam excelência e confiança.