Início do verão no Brasil: cuidados redobrados para evitar a Dengue

Cris Collina
03/12/2024
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Com o início do verão se aproximando, as altas temperaturas e chuvas frequentes criam condições ideais para a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.

Início do verão no Brasil: cuidados redobrados para evitar a Dengue

Com o início do verão se aproximando, as altas temperaturas e chuvas frequentes criam condições ideais para a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.

Em 2024, os números são alarmantes: Segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, os casos de dengue dispararam 400% neste ano no Brasil, comparados a 2023. Foram registrados mais de 6,5 milhões de casos prováveis em todo o território nacional, resultando em 7.013 óbitos confirmados e em investigação.

Esses dados reforçam a necessidade de intensificar medidas preventivas durante a estação mais quente do ano.

Em virtude disso, a Oleak vem reforçar alguns pontos sobre este assunto:

O que é a Dengue e como é transmitida?

A dengue é uma doença viral causada por quatro sorotipos do vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti. O ciclo de vida do mosquito é favorecido em ambientes quentes e úmidos, tornando o verão a época de maior risco.

O mosquito deposita seus ovos em recipientes com água parada, como vasos de plantas, pneus, caixas d’água mal tampadas e lixo acumulado. Após a eclosão, as larvas se desenvolvem rapidamente, alcançando a fase adulta em apenas 7 a 10 dias.

Cenário atual no Brasil

O aumento expressivo de casos em 2024 evidencia que a dengue continua sendo um grave problema de saúde pública no Brasil.

Os estados que mais registraram óbitos são São Paulo, com 1.923 mortes, seguido por Minas Gerais, que contabiliza 1.100, e Paraná, com 733. O Distrito Federal e Goiás também estão entre os mais afetados, com 440 e 409 mortes, respectivamente. Esses cinco estados juntos representam 78% do total de óbitos registrados no país. O Distrito Federal se destaca com a maior taxa de incidência da doença, atingindo 9.867,7 casos a cada 100 mil habitantes. Essa estatística alarmante evidencia a necessidade urgente de medidas de controle e prevenção da dengue na região.

O coeficiente de incidência é de 3.221,7 por 100 mil habitantes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que taxas acima de 300 por 100 mil já indicam epidemia. 

A urbanização desordenada, o descarte inadequado de lixo e as mudanças climáticas são fatores que contribuem para a expansão do mosquito.

Além do número de casos, a gravidade da doença também preocupa. Formas graves, como a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, têm sido mais frequentes, especialmente em populações vulneráveis, como crianças e idosos.

Sinais e sintomas da Dengue

Os sintomas podem variar de leves a graves, e incluem:

  • Febre alta súbita;
  • Dores musculares e nas articulações;
  • Dor de cabeça, especialmente atrás dos olhos;
  • Náuseas e vômitos;
  • Manchas avermelhadas na pele;
  • Em casos graves, sangramentos nas gengivas, nariz ou em outros locais do corpo.

Tratamento

O tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:

  • Repouso;
  • Ingestão de líquidos;
  • Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
  • Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.

 Ainda não existe tratamento específico para a doença.

Medidas de prevenção

O combate à dengue depende da participação ativa de toda a sociedade. As principais medidas incluem:

1. Eliminação de Focos do Mosquito

  • Evitar água parada: descarte corretamente recipientes que acumulam água, como garrafas, pneus e latas.
  • Manutenção doméstica: tampe caixas d’água, limpe ralos e calhas, e troque a água dos vasos de plantas com frequência.
  • Inspeção semanal: reserve um dia na semana para verificar possíveis focos de proliferação em casa.

2. Proteção Individual

  • Use repelentes indicados para sua faixa etária e condição de saúde.
  • Instale telas de proteção em janelas e portas.
  • Vista roupas que cubram braços e pernas, principalmente em áreas de alta incidência.

3. Engajamento Comunitário

  • Promova mutirões de limpeza em bairros e escolas.
  • Denuncie terrenos baldios ou áreas com focos de mosquito às autoridades locais.

4. Vigilância Epidemiológica

  • Esteja atento a sintomas suspeitos e procure atendimento médico ao primeiro sinal da doença.
  • Colabore com agentes de saúde e permita o acesso para inspeção e controle de focos.

5. Vacinação

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra a dengue entrou no Calendário Nacional de Vacinação pela primeira vez em fevereiro de 2024 e em virtude da capacidade de produção laboratorial a campanha de vacinação atendeu 521 municípios distribuídos em 37 regiões de saúde do país. 

A vacina da dengue é indicada para pessoas de 4 a 60 anos, tanto quem já teve dengue quanto quem nunca foi infectado. No Sistema Único de Saúde – SUS, o público-alvo inclui crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A vacina é recomendada para quem já sofreu exposição ao vírus, tendo manifestado sintomas da doença ou não.

Embora exista a vacina contra a dengue, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios.

Além das ações individuais, o enfrentamento da dengue exige políticas públicas eficazes. Campanhas educativas, distribuição de insumos como repelentes e inseticidas, e a vacinação são estratégias que devem ser ampliadas. O Brasil já conta com a vacina contra a dengue, que pode ser administrada em pessoas que tiveram infecção prévia pelo vírus.

Com um cenário tão preocupante, é essencial que o início do verão sirva como um alerta para a adoção de práticas preventivas. A luta contra a dengue depende de uma mobilização conjunta, envolvendo governo, empresas e cidadãos. Apenas com um esforço coletivo será possível reduzir os impactos dessa doença que, ano após ano, desafia o sistema de saúde do país.

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