A acreditação hospitalar é um processo de avaliação formal que verifica se uma instituição de saúde atende a padrões específicos de qualidade e segurança.
No Brasil, a busca por certificações cresceu significativamente nos últimos 10 a 20 anos, sendo um diferencial importante para hospitais que visam melhorar seus serviços, processos e garantir padrões de qualidade e segurança e excelência na assistência aos pacientes, além de aumentar o valor para as marcas das instituições de saúde.
Saiba mais sobre o processo de acreditação com a enfermeira especializada em infecções da Oleak, Marielly Herrera.
Importância das acreditações hospitalares
As acreditações hospitalares desempenham um papel crucial na promoção da qualidade dos serviços de saúde, além de agregar valor ao programa de segurança do paciente. Ela assegura que o hospital adere a normas rigorosas de operação, proporcionando segurança e eficiência nos cuidados prestados. Entre os principais benefícios estão:
Melhoria na qualidade assistencial: as certificações exigem que os hospitais implementem práticas baseadas em evidências e padronizações que minimizam erros e melhoram os resultados clínicos.
Segurança do paciente: normas de certificação geralmente incluem diretrizes específicas para a segurança do paciente, como prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde – IRAS, gestão de medicamentos e protocolos clínicos.
Confiança e credibilidade: hospitais certificados ganham a confiança dos pacientes e da comunidade, além de fortalecerem sua reputação no mercado de saúde.
Eficiência operacional: a busca pela certificação pode levar à otimização de processos internos, resultando em maior eficiência e redução de custos.
Principais certificadoras hospitalares
Existem diversas certificações hospitalares, cada uma com seus próprios critérios e áreas de foco. As mais relevantes e buscadas no Brasil incluem:
Joint Commission International (JCI): Reconhecida mundialmente, a certificação JCI é considerada o padrão ouro em saúde. Ela avalia aspectos como cuidados com o paciente, gestão organizacional, prevenção e controle de infecções, entre outros.
Organização Nacional de Acreditação (ONA): a ONA é a principal entidade certificadora nacional. Seus níveis de acreditação (Acreditado – Nível I, Acreditado Pleno – Nível II e Acreditado com Excelência – Nível III) avaliam a qualidade e segurança dos serviços prestados, além da gestão organizacional.
Programa CQH (Programa de Compromisso com a Qualidade Hospitalar): é um programa de adesão voluntária, de responsabilidade social da APM – Associação Paulista de Medicina, cujo objetivo é contribuir para a melhoria contínua da qualidade hospitalar através do aperfeiçoamento dos processos de gestão.
Certificação Qmentum International: este programa, desenvolvido pela Accreditation Canada, foca em padrões internacionais de qualidade e segurança, incluindo gestão de riscos, controle de infecções e segurança do paciente.
Panorama das certificações no Brasil
Atualmente, no Brasil, há um crescente número de hospitais que buscam e obtêm certificações de qualidade. Segundo dados recentes, 4.500 certificações homologadas desde a fundação da ONA, crescimento médio de 17% de instituições certificadas ao ano, sendo que aproximadamente 400 hospitais possuem algum nível de certificação da ONA. Já pela JCI são mais 70 instituições no país. Já o Programa CQH conferiu o Selo de Conformidade a 39 hospitais.
Esse aumento é impulsionado pela demanda dos pacientes por serviços de saúde de alta qualidade e pela competitividade no setor.
Atualmente, segundo informações da Câmara de Comércio Brasil-Canadá existem mais de 300 instituições de saúde no Brasil em processo de acreditação ou renovação de acreditação, com notável presença de organizações públicas, responsáveis por 75% dos processos, enquanto as privadas respondem por 25% do total, segundo dados do QGA. Os serviços credenciados já somam 220.
O número de instituições brasileiras credenciadas pode parecer substancial, mas na verdade representa apenas 6,8% do total. Para efeito de comparação, nos Estados Unidos, 92% das organizações de saúde são credenciadas, enquanto no Canadá são 100%, ou seja, ainda temos um longo caminho pela frente.
O estudo brasileiro “Impacto da acreditação hospitalar na qualidade do atendimento: uma revisão da literatura”, revisou 11 artigos sobre o impacto da acreditação hospitalar na qualidade dos cuidados que foram publicados em inglês e indonésio de 2008 a 2018. Pesquisas abrangentes foram realizadas nas bases de dados on-line da ProQuest, CINAHL e ScienceDirect. Constatou que a acreditação hospitalar impactou a qualidade do atendimento por meio da melhoria da qualidade da gestão (81,81%), da melhoria da participação dos funcionários (27,27%) e da melhoria da qualidade dos resultados (54,54%). Os artigos estudaram enfermeiros e outros profissionais de saúde levando em consideração sua experiência profissional, escolaridade e idade. A acreditação hospitalar tem impacto positivo na melhoria da qualidade dos serviços prestados nos hospitais. O maior impacto foi refletido nos hospitais credenciados pela Joint Commission International.
O Processo de Certificação
O processo de certificação hospitalar é detalhado e rigoroso, envolvendo várias etapas:
Autoavaliação: inicialmente, o hospital realiza uma autoavaliação para identificar áreas de melhoria e alinhar suas práticas aos padrões exigidos pela entidade certificadora.
Implementação de melhorias: com base na autoavaliação, o hospital implementa as melhorias necessárias, o que pode incluir treinamentos, reestruturação de processos e investimentos em infraestrutura.
Consultorias de Qualidade: muitas empresas contam com o apoio de consultorias externas de qualidade especializadas em processos de qualidade para apoiar e orientar a melhoria contínua voltada para a implementação das certificações.
Auditoria externa: uma equipe de auditores da entidade certificadora realiza uma visita ao hospital para verificar a conformidade com os padrões. Eles revisam documentos, observam práticas clínicas e operacionais, e entrevistam funcionários.
Relatório e decisão: após a auditoria, a equipe elabora um relatório detalhado. Com base nesse relatório, a entidade certificadora decide se o hospital atende aos critérios para obter a certificação.
Manutenção e reavaliação: a certificação não é vitalícia; requer manutenção contínua e reavaliações periódicas para assegurar que o hospital continua a cumprir os padrões estabelecidos.
Muitos hospitais optam por contar com um time de consultores especialistas no assunto para agregar valor no processo de aprimoramento em busca da conquista do processo.
Avaliação da limpeza, higiene e desinfecção
A limpeza, desinfecção e higiene são componentes críticos na acreditação hospitalar, especialmente em relação à segurança do paciente e prevenção de infecções. A avaliação da limpeza envolve:
Protocolos de limpeza: os hospitais devem ter protocolos detalhados para a limpeza de todas as áreas, incluindo quartos de pacientes, salas de cirurgia, áreas comuns e equipamentos médicos. É necessário conter cronogramas de limpeza periódicas por áreas e tipos de limpeza terminal em setores assistenciais.
Treinamento da equipe: é essencial que todo o pessoal de limpeza receba treinamento adequado sobre técnicas de limpeza, uso de produtos químicos, biossegurança, técnicas de limpeza, uso de saneantes e medidas de prevenção de infecções.
Monitoramento e auditoria: a limpeza deve ser monitorada regularmente, e auditorias internas frequentes ajudam a identificar e corrigir falhas. Algumas certificadoras utilizam indicadores específicos para medir a eficácia da limpeza. O procedimento de limpeza deve possuir método para validação a fim de assegurar a qualidade e a segurança na assistência, tanto para profissionais quanto para pacientes. Quando existe a negligência, deve existir a tratativa a fim de mitigar o erro e evitar a reincidência.
Equipamentos e produtos: o uso de equipamentos adequados e produtos de limpeza eficazes e seguros é fundamental para manter um ambiente hospitalar higienizado. Além de averiguar como os produtos são estocados e armazenados pelas instituições de saúde.
A Oleak conta com soluções para a prevenção de infecções como a Linha Optiline, desenvolvida para combater os microrganismos mais comumente encontrados em ambientes de assistência à saúde. Comprovadamente eficaz contra até mesmo os patógenos mais resistentes, ela engloba produtos de desinfecção de superfícies e artigos e higiene de mãos.
A tendência e o diferencial das certificações
Concluindo, a acreditação hospitalar reflete uma tendência no Brasil e se caracteriza como um diferencial competitivo importante. Ela se constituiu como um fator crucial para a melhoria contínua da qualidade e segurança nos serviços de saúde e as razões para tal são diversas:
Demanda do consumidor: pacientes estão mais informados e exigentes, preferindo hospitais que demonstrem compromisso com a qualidade e segurança.
Concorrência: em um mercado altamente competitivo, os hospitais buscam certificações para se diferenciar e atrair mais pacientes.
Regulamentação e incentivos: o governo e órgãos de saúde estão cada vez mais incentivando práticas de acreditação como parte das políticas de saúde pública.
Melhoria contínua: as certificações incentivam uma cultura de melhoria contínua, essencial para a sustentabilidade e crescimento a longo prazo dos hospitais.
Valor no mercado: gera valor para as operadoras terem na sua carteira de clientes instituições acreditadas. Outro ponto importante é que, por ser certificada, a instituição assegura a cobertura de procedimentos estabelecidos em protocolos clínicos. Um exemplo é o protocolo de cirurgia segura e o uso de tricotomizador elétrico.
O processo rigoroso de certificação, incluindo a avaliação detalhada da limpeza e desinfecção, assegura que os hospitais oferecem um ambiente seguro e cuidados de alta qualidade aos pacientes. À medida que a demanda por serviços de saúde de excelência aumenta, a acreditação hospitalar se torna uma prioridade para as instituições que buscam se destacar no mercado e garantir a confiança de seus pacientes.
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