Entenda os motivos do padrão ISO 41001 ainda não ter conquistado espaço significativo no mercado brasileiro
No artigo anterior, destacamos o potencial transformador da ISO 41001 para o Facility Management (FM) e como ela pode elevar a maturidade do setor. No entanto, na prática, a realidade mostra que a adoção dessa certificação ainda é muito tímida — especialmente no Brasil.
E aqui, vale um olhar crítico: por que um padrão reconhecido internacionalmente, que pode agregar valor à operação e à imagem de uma empresa, não conquistou espaço significativo no nosso mercado?
O contraste internacional
Em países onde o FM já é uma atividade madura e regulamentada, a certificação ISO 41001 encontra terreno fértil. Lá, para atuar profissionalmente, é exigida formação universitária específica, além de existirem padrões consolidados há anos. A ISO 41001, nesses mercados, serve como um refinamento de processos — e não como um divisor de águas. Talvez exatamente por isso, não tenha causado grande disrupção: ela apenas reforçou práticas que já eram comuns.
A realidade brasileira
No Brasil, o cenário é bem diferente.
- Não há graduação específica obrigatória para exercer a função.
- A formação mais próxima vem de pós-graduações ou cursos livres.
- A profissão ainda está em fase de consolidação como campo estratégico e especializado.
Outro fator que desestimula a certificação é o modelo de concessão: a ISO 41001 não certifica a empresa como um todo, mas sim o endereço ou empreendimento específico.
Isso significa que:
- Se uma empresa prestadora de serviços perde o contrato, perde também a certificação.
- Se o gestor interno muda de sede, precisa re-certificar o novo endereço.
Para muitos, esse risco não compensa o investimento — especialmente em contratos de prazo limitado.
Provocações necessárias
- Será que estamos medindo o valor da certificação apenas pelo “papel na parede”?
- Não estamos deixando de lado a oportunidade de incorporar práticas de classe mundial por conta de uma visão de curto prazo?
- Quantas empresas já perderam vantagem competitiva por não adotarem melhorias apenas porque o selo não era “permanente”?
O verdadeiro valor: aprendizado e legado
Mesmo que a certificação seja válida para um endereço específico, o processo de preparação e auditoria oferece algo que não se perde: conhecimento aplicado.
- Empresas que adotam a ISO 41001 passam por uma revisão completa de processos, integração de áreas e definição de indicadores de desempenho.
- Essas práticas ficam na cultura da organização, mesmo que a recertificação não ocorra.
- O know-how adquirido melhora a gestão interna e fortalece a entrega de serviços ao mercado.
Em outras palavras: o selo pode expirar, mas a competência adquirida não.
Conclusão
O Brasil não precisa esperar que a certificação ISO 41001 se torne obrigatória ou que o mercado “amadureça sozinho”. O que falta é mudar a mentalidade: encarar o investimento não como custo, mas como oportunidade estratégica de se posicionar entre os líderes.
Talvez o dia em que tratarmos a adoção de padrões globais como um diferencial competitivo e não como burocracia, o FM nacional dê um salto que hoje parece distante.
Certificação é temporária. Conhecimento é permanente.
Convite final
📢 Em breve lançaremos um e-book exclusivo sobre a ISO 41001 FM.
Ele vai mostrar, na prática, como aplicar cada uma dessas normas para mudar a forma como o mercado vê o seu trabalho — e como você pode usar o FM para conquistar mais relevância estratégica.
Sua atuação pode continuar sendo vista como custo ou pode ser reconhecida como investimento essencial para o sucesso da organização.
A escolha — e a ação — são suas.