Gripe comum: o que fazer e como se proteger?
Saiba o que fazer diante da gripe comum, como aliviar os sintomas, quando procurar um médico e quais medidas realmente funcionam para prevenir e proteger
Cris Collina
16/06/2025
A cada mudança de estação, especialmente no outono e inverno, aumentam os casos de gripes e resfriados. Espirros, nariz entupido, dores no corpo e aquela sensação de estar “derrubado” são sinais clássicos de infecções virais respiratórias agudas. Em geral, essas doenças são autolimitadas — ou seja, tendem a desaparecer sozinhas —, mas exigem cuidados importantes para evitar complicações e a transmissão para outras pessoas.
Mas afinal, o que é realmente eficaz diante de uma gripe comum? Quais medidas aceleram a recuperação? E quando é hora de procurar ajuda médica? Com o apoio da enfermeira Regiane Gonzalez, gerente comercial da Oleak na Divisão de Prevenção de Infecções, reunimos as respostas em uma linguagem clara e objetiva.
Gripe ou resfriado: qual a diferença?
Embora muitos usem os termos como sinônimos, há diferenças clínicas importantes:
- Resfriado comum: causado, em geral, por rinovírus. Os sintomas são mais leves: coriza, espirros, dor de garganta, leve febre (ou nenhuma) e mal-estar.
- Gripe: provocada pelo vírus influenza. Os sintomas aparecem de forma mais súbita e intensa, com febre alta, dores no corpo, calafrios e maior risco de complicações, principalmente em idosos, gestantes, crianças e pessoas imunocomprometidas.
Apesar das diferenças, os cuidados básicos são semelhantes na maioria dos casos.
Repouso e hidratação são essenciais
A médica infectologista Dra. Silvia Fonseca explica, em artigo publicado na Medscape, que a gripe é uma doença autolimitada — ou seja, melhora sozinha em cerca de 5 a 7 dias. O tratamento é sintomático: foca no alívio dos sintomas, e não no combate direto ao vírus.
“É fundamental respeitar os sinais do corpo. Quando estamos gripados, precisamos desacelerar. O repouso contribui para a recuperação e evita que a doença se espalhe no ambiente de trabalho”, destaca Regiane Gonzalez.
Além disso, manter-se bem hidratado com água, chás e sopas ajuda a fluidificar as secreções e auxilia na regulação da temperatura corporal, especialmente em casos de febre.
Cuidado com a automedicação
Medicamentos como analgésicos e antitérmicos (paracetamol, dipirona, ibuprofeno) podem ser usados para aliviar sintomas como febre e dores no corpo. Descongestionantes e xaropes também são comuns, mas o uso deve ser cauteloso.
“Muitos pacientes combinam vários medicamentos por conta própria, o que pode gerar efeitos indesejados, como sonolência excessiva ou aumento da pressão arterial. Sempre leia a bula e, se possível, consulte um profissional de saúde antes de tomar remédios combinados”, alerta Regiane.
Antibióticos não combatem vírus e só devem ser prescritos se houver infecção bacteriana secundária, como sinusite ou pneumonia, diagnosticada por um médico. O uso inadequado pode causar efeitos colaterais e resistência bacteriana, um problema de saúde pública crescente.
Etiqueta respiratória: cuide de você e dos outros
A gripe é altamente contagiosa. Por isso, adotar medidas de etiqueta respiratória é essencial para proteger os outros:
- Cubra nariz e boca ao tossir ou espirrar (de preferência com lenço descartável ou com o antebraço).
- Descarte o lenço imediatamente após o uso.
- Use máscara se estiver com sintomas — especialmente em ambientes fechados ou com aglomeração. Máscaras do tipo N95 têm tempo de uso limitado (cerca de 40 horas).
- Evite compartilhar objetos pessoais, como copos, talheres e toalhas.
- Mantenha os ambientes ventilados — janelas abertas ajudam a reduzir a concentração de vírus no ar.
- Higienize frequetemente as mãos, com água e sabão ou álcool em gel.
“São medidas simples, mas extremamente eficazes. No ambiente corporativo, evitam surtos e preservam a saúde coletiva”, ressalta Regiane Gonzalez.
Ela também recomenda reforçar a limpeza de superfícies de alto contato, como maçanetas, mesas, teclados, bebedouros e corrimãos. Após tocar nessas superfícies, evite levar as mãos ao rosto e higienize-as sempre que possível.
Suplementos funcionam? Depende.
Vitamina C, zinco, própolis, equinácea… Muitos recorrem a suplementos como forma de prevenção ou tratamento. Mas o que a ciência diz?
Estudos mostram que a vitamina C pode reduzir a duração da gripe em cerca de 8% em adultos e até 14% em crianças, quando tomada regularmente. Porém, não há efeito curativo direto.
O zinco pode ajudar a reduzir a intensidade dos sintomas, desde que iniciado nas primeiras 24 horas — ainda assim, o impacto é modesto.
“Se há deficiência nutricional comprovada, a suplementação pode ser benéfica. Mas para quem já mantém uma alimentação equilibrada, os efeitos são limitados”, explica Regiane.
Quando procurar um médico?
A maioria das gripes melhora sozinha. No entanto, fique atento a sinais de alerta:
- Febre alta persistente
- Dificuldade para respirar ou dor no peito
- Tosse que piora
- Sonolência excessiva ou confusão mental
- Sinais de desidratação (boca seca, pouca urina)
- Crianças que não conseguem se alimentar ou respirar normalmente
- Idosos e pessoas com comorbidades sem melhora espontânea após alguns dias
“Pessoas de grupos de risco devem procurar ajuda médica logo nos primeiros sintomas. O agravamento pode ser rápido”, reforça a especialista.
Prevenção é o melhor remédio
Evitar pegar gripe é possível. As principais medidas preventivas são:
- Vacinação anual contra a gripe (influenza): disponível gratuitamente no SUS para grupos prioritários e também em clínicas particulares.
- Higiene das mãos: lavá-las com sabonete ou usar álcool em gel com frequência.
- Ambientes bem ventilados: janelas abertas ajudam a dispersar os vírus.
- Limpeza e desinfecção eficazes: usar produtos com ação virucida comprovada devem ser utilizados em ambientes coletivos, seguindo padrões da Anvisa.
A Oleak oferece soluções profissionais de limpeza e desinfecção para escolas, hospitais, escritórios e outros espaços — fundamentais para interromper a cadeia de transmissão viral.
E no trabalho? Como as empresas devem agir
De acordo com Regiane Gonzalez, o ambiente corporativo precisa estar preparado para surtos de gripe — protegendo a saúde dos colaboradores sem prejudicar a produtividade.
Boas práticas incluem:
- Incentivar o afastamento temporário de funcionários sintomáticos
- Disponibilizar álcool em gel e lenços descartáveis nos ambientes
- Higienizar superfícies com frequência
- Manter ventilação adequada
- Orientar sobre o uso seguro de bebedouros
- Treinar as equipes de limpeza com foco em vírus respiratórios
“Empresas que cuidam da saúde dos seus profissionais têm menos absenteísmo e mais engajamento. A prevenção é um investimento com retorno garantido”, conclui.
A gripe comum pode parecer inofensiva, mas seus impactos vão além do mal-estar: ela compromete a saúde, a produtividade e pode gerar complicações graves em pessoas vulneráveis. Com informação, responsabilidade e prevenção, é possível enfrentar esse desafio com segurança e empatia.
Se você está gripado, cuide de si e dos outros. E se sua empresa ainda não tem um plano de prevenção estruturado, o momento de agir é agora.